Acredite ou não, esses materiais de construção civil desaparecerão no futuro!

O setor da Construção Civil é um dos principais agentes para o desenvolvimento da economia do país e desenvolvimento social, responsável pela geração de empregos, movimentação da indústria e investimento nas empresas.

Mas ao mesmo tempo que gera desenvolvimento econômico e social, é responsável por impactos ambientais e a saúde das pessoas, especialmente na utilização de alguns tipos de materiais de construção.

Nesse texto, vamos lista os 10 principais materiais que geram danos à saúde e ao meio ambiente.

RISCO A SAÚDE

1. Amianto

Também conhecido como fibra de asbestos, o amianto é um mineral encontrado no subsolo em forma de pedra.

Sua ampla utilização na fabricação de produtos para a construção civil é devido a sua alta resistência a temperaturas, flexibilidade, durabilidade, resistência ao ataque de ácidos e qualidade isolante, sendo, além disso, uma matéria-prima de baixo custo.

Crédito: Wikimedia

Tirando suas inúmeras vantagens, o amianto é perigoso porque agride o organismo, especialmente o pulmão, pois, quando suas partículas são inaladas, o corpo não é capaz de expeli-las. O mineral ainda está ligado a outros tipos de cânceres, como de laringe, rins, ovários e intestino, motivo que o torna ainda mais devastador.

A nível mundial, a Organização Mundial de Saúde concluiu que o amianto causa mais de 100 mil mortes por ano no mundo, de modo que vários países já baniram seu uso. No Brasil, a produção, comercialização e utilização do amianto foi proibida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 2017.

Entre os principais materiais encontrados em edificações mais antigas que são feitos de amianto, podemos citar:

  • fitas de isolamento térmico
  • chapas de revestimento;
  • vedações hidráulicas;
  • tecidos isolantes;
  • caixas d’água;
  • telhas;
  • tubos.
Crédito: Wilson Dias/arquivo agência Brasil

2. Tintas à base de chumbo

 Crédito: bigstock/

Em geral, a composição química da tinta é formada por quatro elementos: pigmentos, resinas, solventes e aditivos.

Porém, o perigo das tintas é a presença de chumbo na sua composição, pois, pode causar intoxicação, especialmente em crianças pequenas e mulheres grávidas.

A contaminação ocorre pela inalação ou ingestão por meio da poeira doméstica, lascas de tinta ou solo contaminado.

A exposição ao chumbo é responsável por aproximadamente 143 mil mortes por ano nos países em desenvolvimento. De acordo com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), os impactos com envenenamento por chumbo incluem QI reduzido, dificuldades de aprendizagem, hipertensão e convulsões.

No Brasil, várias iniciativas já foram adotadas para reduzir e banir o uso de tinta com alto teor de chumbo. A lei 11.762, mais direcionada para o setor imobiliário, mas não só a ele, estabelece que as tintas não poderão conter chumbo em concentração igual ou superior a 0,06% em peso.

3. Formaldeído

Crédito: cottonbro studio

Formaldeído (ou formol, quando está em solução aquosa) é um gás incolor com forte odor característico e inflamável.

Está presente em diversas indústrias como as usinas de energia e de veículos, sendo liberado pelos sistemas de ventilação.

Produtos nos quais existe também a substância são as chapas de MDF e aglomerados de madeira, materiais de construção, móveis, carpetes, tintas, vernizes, cigarros, desinfetantes, adesivos, isolantes elétricos, lonas de freio, fungicidas, germicidas, tecidos, cosméticos e produtos manipulados por cabeleireiros e barbeiros.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) proíbe qualquer adição de formol (formaldeído no estado líquido) em produtos prontos. Porém, permite a concentração, durante o processo de fabricação do cosmético, de no máximo 0,2% de formol com a função de conservante.

O formaldeído pode causar irritação da pele, olhos, nariz e garganta e altos níveis de exposição podem causar alguns tipos de câncer, como o câncer de nasofaringe (região atrás do nariz) e leucemia (tipo de câncer que ataca os glóbulos brancos) 

4. PVC

Muito utilizado em tubulações de água, pode liberar produtos químicos altamente tóxicos quando queimados.

Todos os componentes do PVC são terrivelmente tóxicos. Estudos revelam altas taxas de doenças, como câncer no fígado, cérebro e pulmão, além de linfomas, leucemia e cirrose hepática, entre as pessoas que trabalham com esses materiais.

O processo de produção de PVC também libera grande quantidade de poluição tóxica, inclusive dióxido, que permanecem no ambiente, transpõem grandes distâncias, acumulando-se na cadeia alimentar e causando câncer e danos nos sistemas imunológico e reprodutivo.

5. Materiais isolantes tradicionais

Crédito: redelease

Fibra de vidro e lã mineral, por exemplo, podem representar alguns riscos à saúde, como irritação de pele e sistema respiratório e mesmo a poluição do ar interno, por formaldeído e fenol. Além disso, há estudos ligando a inalação de fibra de vidro ao aumento de risco de câncer de pulmão.

RISCO AMBIENTAL

1. Adesivos e selantes de base química

crédito: Erik Mclean

Além dos impactos negativos na qualidade do ar interno e na saúde humana, os adesivos e selantes de base química também podem ter impactos ambientais significativos, como liberação de poluentes atmosféricos e mesmo poluição do solo e da água, incluído intoxicação de animais.

Os efeitos em humanos, a depender do tempo de exposição e concentração do produto,  são erupção cutânea, inflamação das pálpebras, hiperpigmentação, cloracne, dor de cabeça e vômito. A longo prazo pode causar doenças hepática, imunológica, reprodutiva e dérmica.

2. Shingles de asfalto

Também à base de petróleo, recurso não-renovável, as telhas asfálticas são muito utilizadas em certas regiões pelo baixo custo e desempenho adequado. No entanto, carregam diversos impactos ambientais negativos, como os já citados acima, além da formação de ilhas urbanas por conta da alta absorção de energia solar.

3. Plásticos reforçados com fibra de vidro

Utilizados em telhas, painéis decorativos, sistemas de isolamento térmico e elétrico, a produção destes materiais envolve o uso de muitos produtos químicos, que liberam fumaça e poeiras muito tóxicas. Além disso, também requerem muita energia para serem produzidos (contribuindo para as emissões de gases de efeito estufa e mudanças climáticas) e não são biodegradáveis.

Por conta da não-degradabilidade natural da maioria dos Plásticos reforçados com fibra de vidro, esses materiais têm sido responsáveis por sérios problemas ambientais, pois o petróleo é o principal constituinte na fabricação desses plásticos. Outro agravante está na geração de resíduos durante o seu processo de laminação.

4. Metais não recicláveis

crédito: La Miko

A produção de aço é intensiva no uso de energia, contribuindo significativamente para as emissões de gases de efeito estufa e as mudanças climáticas.

Ainda que o aço seja largamente reciclado atualmente, há alguns metais que podem ser difíceis de reciclar, como aços que contêm altos níveis de elementos de liga, como cromo, níquel e molibdênio. Além disso, quando contaminado com outros materiais, como colas, tintas ou revestimentos de outros materiais, pode dificultar o processo, tornando-se inviável em certas ocasiões.

Portanto, é importante atentar para a classificação e correto destino do aço a ser reciclado, bem como evitar o uso de elementos que possam tornar o processo mais difícil e custoso.

Exemplo desses metais não-recicláveis são clipes, grampos, esponjas de aço, latas de tintas, latas de combustível e pilhas.

5. Concreto

O Concreto é uma massa que pode ser moldada em diferentes formas e tamanhos. Ele é criado a partir da mistura de material de ligação (cimento ou cal) com água, aditivos e agregado, que pode ser areia, cascalho, pedra ou lascas de tijolo, entre outros materiais.

O concreto é um composto que utiliza o cimento como um dos seus principais componentes. O cimento, no entanto, é um material que traz riscos ao meio ambiente e à saúde humana.

Os impactos ambientais que decorrem de sua produção são gastos de energia, emissão de gases, alto consumo de água e matérias primas, e suas dificuldades em reciclabilidade.

Ainda que seja quase impossível pensar em um mundo completamente sem concreto, é muito provável que tenhamos que pensar em métodos para tornar a produção de concreto mais sustentável. Isso pode envolver torná-lo mais durável, ou alterar alguns dos seus componentes para melhorar sua pegada ecológica.

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