Segundo o Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP), os lançamentos habitacionais no estado devem se estabilizar ou crescer até 5% em número de unidades até 2023. O número de lançamentos deve aumentar de 5 % a 10% no segmento econômico. Segundo o Secovi, as vendas gerais devem ficar estáveis em 2023, enquanto as vendas das unidades econômicas devem aumentar de 5 a 10%.
Segundo Celso Petrucci, economista-chefe do sindicato, o preço das casas deve subir 5% ao ano, considerando o aumento de custos.
O sindicato espera que a redução estimada da taxa Selic nos próximos meses resulte em uma redução na taxa de juros dos financiamentos futuros. Muitas propriedades que fazem parte do SBPE [Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo] são afetadas pelo atual padrão de alíquotas.
Segundo projeções da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança, o montante previsto de financiamento para 2023 é de R $ 221 bilhões, uma queda de 8 % em relação a 2022. Esse valor será composto por R$ 156 bilhões no SBPE ( -13%) e R$65 bilhões no FGTS (+5%).
O Secovi espera que haja mais recursos disponíveis para a iniciativa do governo federal Minha Casa Minha Vida, que será retomada hoje. O sindicato afirmou que sugeriu mudanças no programa, principalmente no que diz respeito à faixa 1, que será reativada após quatro anos de abandono. De acordo com o anúncio feito hoje pelo governo federal, a faixa já estará disponível para famílias com renda bruta de até R $ 2.640 (ao contrário da exigência anterior de R$ 1.800).
Segundo Ely Wertheim, presidente e CEO do Secovi, há uma dificuldade de atender a faixa 1 por que a conta não fecha. Ou se tem um recurso para atender, não é a iniciativa privada que vai resolver, é a sociedade.
Foram lançadas 75.692 unidades em 2022, com 37 mil unidades localizadas no interior de São Paulo de janeiro a setembro. Segundo o Secovi, o mercado imobiliário paulista cresceu 0,3 % em 202, para R $ 26 bilhões anuais. Porém, quando se considera o valor das vendas do programa Casa Verde Amarela, esse valor sobe para R $ 33,7 bilhões, um aumento de 0,4% em relação a 2021. No ano passado foram vendidas 69.340 residências, 5% a mais que no ano anterior, sendo que 82% dessas vendas ocorreram no setor de residências com valor de até R $ 500 mil. No interior, foram vendidas 42,8 milhões de unidades entre janeiro e setembro. O valor total lançado em 12 meses até dezembro do ano anterior foi de R$ 41,2 bilhões, queda de 10 % na comparação anual. Houve queda de 8% nas unidades, com 75,7 mil em 2022.
A economia brasileira previu um estado ruim no início do ano, mas a piora das expectativas não se concretizou. De acordo com lançamentos e vendas, o ano de 2022 foi bastante saudável, segundo Wertheim.
Os carros usados tiveram a maior queda nos financiamentos, caindo 28%, para R$79,9 bilhões. O financiamento para novas moradias ficou estável em R$54,4 bilhões.
Dados da Abecip foram apresentados pelo Secovi para mostrar que os recursos disponíveis para financiamento imobiliário passaram de R$ 1,71 bilhão para R $ 1,92 bilhão em 2022 em relação a 2021, e que a taxa de inadimplência ficou em 1,5 % sobre os dois anteriores anos para contratos com mais de três prestações atrasadas.
“Isso mostra o valor que o brasileiro dá ao financiamento imobiliário. Além disso, a taxa de juros é menor que em outros financiamentos, como o de automóveis”, comentou o presidente do Secovi.
O valor dos aluguéis aumentou, assim como as ações locatícias, segundo Celso Petrucci.
No mercado de escritórios, a taxa de vacância caiu de 21,2% no 4T21 para 20,7% no 4T22, com redução de estoque. “Em breve teremos problemas de oferta de escritórios, porque os estoques estão sendo absorvidos sem reposição. Para os próximos anos, o viés é de alta”, comentou Petrucci.
Em condomínios logísticos, também está havendo um consumo maior que a produção, com recuperação de preços devido à produção abaixo da demanda.